sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Sentimento, entrega, pulsar

Sentir os sentimentos é dar passagem à vida. Pulsar com a vida, ou simplesmente pulsar. Muitas vezes bloqueamos os sentimentos, como forma de proteção. Há sentimentos desagradáveis de serem sentidos como frustração, insegurança, impotência, culpa, medo, autodepreciação, ódio, raiva, desprezo, desesperança, mágoa, tristeza... e muitos outros. E há uma tendência, talvez automática, de rejeitarmos sentimentos ruins, enquanto ao mesmo tempo tentamos manter os bons sentimentos. O que estamos fazendo? Estamos tentando controlar ou manipular o fluxo. O erro básico da premissa que nos leva a automatizar esse comportamento é a identificação com a temporalidade, com o que passa e não com o que observa.


imagem do google


A chave do exercício da observação é a desidentificação com o transitório, é a percepção do Ser "por trás" de tudo que ele vive. Nós somos além do que o que sentimos, além do que o que pensamos, além do que o fazemos, além do que o que construímos, além do que o que acreditamos. O entrave para a percepção desse além é o medo da entrega. Talvez o medo da própria observação, de ver aspectos que estavam tão ocultos que parecem espectros. Sentir é pulsar, no pulsar não há julgamentos, as correntes seguem seu caminho e se tornam mais limpas no próprio fluxo. O que mais fere a alma é bloquear, estagnar, reter, se fechar, se furtar à vida como ela é.






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