quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Empoderar-se: Um passo no processo de desenvolvimento

Dentre os diversos passos no processo de desenvolvimento e crescimento pessoal, atualmente um dos mais desafiantes em minha experiência é o empoderamento. Por que resistir ao próprio poder pessoal? As observações me levam a perceber que crenças e imagens relacionadas ao mau uso do poder são deveras limitantes à aceitação e acomodação dessa força íntima. Percebo uma ideia de poder agudamente associada a lutas, separatividade, divergências de interesses, egoísmo e exclusão. E é verdade que a mesma força que cria e une é capaz de destruir e separar. Hoje vou abordar alguns trechos da Pw 068 do Pathwork, para reflexão a respeito da repressão das tendências positivas e criativas.


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"Com a mesma frequência com que vocês reprimem os aspectos mais desagradáveis, também reprimem os mais criativos, os mais construtivos aspectos em vocês, aqueles que os levariam ao crescimento pessoal condizente com a sua própria personalidade." ... "Vocês verão com que frequência desestimulam o que há de melhor em si mesmos, não apenas devido a motivações errôneas, mas também porque isso é, ou parece ser desestimulado por seu ambiente." (Pw 068)


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"A expressão da sua própria natureza divina não pode ser encaixada em regras padronizadas, regulamentos e dogmas, não importa quão éticos possam ser. Eles podem somente mostrar a conduta externa correta e nunca a conduta interna correta. Antigamente, a natureza espiritual do homem era frequentemente obstruída pelas regras gerais do seu credo. Nos tempos atuais, ela é obstruída por novos dogmas, tais como a filosofia de vida materialista. Sempre que o homem se curva às regras da sociedade às custas da repressão de seu próprio desenvolvimento espiritual, sua alma começa a sofrer e a perder a direção." (Pw 068)


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"Quando nascem nesta vida, vocês carregam no seu interior, seus próprios planos de vida individuais. Para realizá-los, suas psiques clamam de forma exigente que vocês caminhem numa certa direção. Quando vocês negam esse chamado interior, seja por desvios, imagens, conclusões errôneas, seja por acreditarem que é certo fazer o que é prescrito por seu meio, as consequências são que o crescimento máximo de suas personalidades é gravemente prejudicado." (Pw 068)


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A palestra Pw 068 citada trata ainda do processo de pensamento como aspecto fundamental a ser avaliado e trabalhado. Propõe exercícios e meditações. Recomendo a leitura.




terça-feira, 30 de setembro de 2014

Diferença entre as lutas saudável e doentia

Na palestra Pw 114, o Guia aborda a diferença entre a luta saudável, que renova a força interior e a luta doentia, que é a que exaure o ser humano. "A luta saudável é um componente da atividade descontraída e da capacidade de aceitar a derrota; de metas bem definidas com motivações saudáveis; a preocupação com a questão em si, em vez de usar essa questão como subterfúgio para encobrir desvios psicológicos ocultos." (Pw 114)



"Na luta saudável a pessoa nunca luta contra si mesma. Superar impurezas e imaturidade não significa lutar contra si mesmo mas, como vocês sabem, deixar que esses aspectos aflorem à consciência para poder entendê-los melhor e aceitá-los. É dessa forma, e não lutando contra, que se supera o que é perturbador e destrutivo." "Permitir que aflore o que está em vocês não requer esforço nem luta." (Pw 114)



"O homem usa todo o seu poder para resistir e lutar contra tomar consciência do que está nele. Estanca constantemente o fluxo de suas emoções. Essa é a luta doentia. Se ele desistisse disso, poderia lutar onde é útil, significativo e produtivo. Sempre que a energia é usada no canal apropriado, ela se recompõe e se regenera automaticamente." (Pw 114)


Dica: "A luta saudável não contém nenhuma ansiedade, nem medo, nem incerteza, nem dúvida. Sempre que vocês lutam por uma meta aparentemente saudável, mas percebem alguma dessas emoções negativas, podem saber, só por esse fato, que de alguma forma existe uma luta doentia. De alguma maneira oculta, vocês estão lutando contra si mesmos... É nesse momento que vocês precisam parar de lutar e permitir que o fluxo das emoções ocultas aflore à consciência." (Pw 114)


Trechos da Pw 114 do Pathwork
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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A Graça e o déficit

"A Graça de Deus é." Simples assim! Isso significa que a vida em sua complexidade é permeada pela Graça. Fácil, né? - Só que não!
Tenho uma prática que é considerar as afirmações que leio nas palestras do Pathwork, supostamente corretas. Então mesmo que muitos pensamentos me dificultem o entendimento, meu foco é procurar como aquilo pode ser verdade em minha experiência.
Supor que a Graça de Deus está presente em tudo, é supor que não teríamos o que temer. Que a vida é benigna, generosa e abundante.



Quando parto desse pressuposto, penso com a seguinte lógica: Se a vida é benigna, não tenho o que temer, o mal não existe - é uma ilusão. No entanto, o Pathwork apresenta várias palestras sobre o mal, e deixa claro que de alguma forma, essa é uma meia verdade. Pois nessa lógica, o pensamento está sendo dualístico de que se uma coisa é boa, logo não é má. Essa não é toda a verdade. Ou seja, o mal existe temporariamente e é preciso aprender a lidar com ele, até que se possa usufruir da plenitude da Graça.




Vou tratar aqui do mal na versão Déficit. O déficit vem do pressuposto inverso ao da Graça. Talvez, você como eu, tenha muitas crenças errôneas relacionadas a pobreza e riqueza. Muitas vezes me observei acreditando que a vida é escassa. Já me peguei pensando "para que querer muito? isso soa tão egoísta". Ou "preciso escolher um aspecto da vida para ser feliz, já que não é possível ter satisfação em tudo". Ou que a verdadeira dignidade está na pobreza material. Ou que a espiritualidade é o caminho inverso ao da materialidade. Todas essas crenças e muitas outras, estão relacionadas a uma raiz, a crença no déficit. Inconscientemente travamos uma batalha para fugir da falta e da escassez que tanto nos apavora.



Essa é uma das razões da dificuldade que tive de entender como pode a Graça ser tão disponível, se vivemos em tamanha pobreza. No entanto, o Guia nos ensina que quando expomos nossa pobreza e escassez, à Luz da Consciência, deixamos de brigar com ela, com essa realidade temporária e então nos permitimos estar na Graça de Deus. Não há como experimentarmos o que É, enquanto tentamos forjar uma realidade outra qualquer. Somos pobres e ricos, ao mesmo tempo, porque a posse da nossa herança de filhos de Deus e irmãos cósmicos ainda está em processo. Ainda há aspectos nossos aprisionados em ignorância. E quer saber como cuidar disso? Que parte da tarefa cabe a você? Em sei íntimo, você já sabe.
A dica de hoje é que amanhã, 23/08/2014 no IX Encontro Regional do Instituto Pathwork Bahia, o tema é: "Da falta à abundância - Qual o caminho?" 









terça-feira, 29 de julho de 2014

O que fazer com o mal?

A: - Qual pode ser o bem que existe no mal? Ou o mal que existe no bem? Há essas possibilidades?


M: - A luta do homem entre o bem e o mal é muito antiga e revela a lógica dualista em que mergulhamos nossos conceitos. Nesta lógica o bem é o lado aceitável a que almejamos e o mal o lado rejeitável a que repudiamos. A questão é que esse mal que repudiamos externamente com a ideia de "isso não deveria existir", existe e não apenas no externo, mas internamente também, em níveis de consciência. A negação dessa realidade não faz com que ela desapareça. Essa é uma outra ilusão que gostaríamos de ter sob controle.



A: - Humm, isso é muito cansativo! Precisa ser assim quando a gente está procurando nosso próprio aprimoramento e desenvolvimento?


M: - Claro que não. Precisar não precisa, mas esse é o comportamento habitual do homem, travar batalhas entre seus aspectos duais, quando lhe falta a compreensão verdadeira. Seu cansaço vem do esforço obstinado de reforçar seu lado do bem, que cada vez fica mais rígido e menos espontâneo, enquanto do outro você rejeita e nega seus próprios sentimentos mesquinhos, infantis, ignorantes, ou seja tudo o que você define como seu lado do mal. Esse comportamento traz muito desgaste mesmo.





A: Como posso lidar com isso de outro jeito? Qual seria outra forma?


B: Gostei dessa pergunta. Efetivamente há muitas formas. Vou lhe sugerir um caminho: O primeiro passo é o reconhecimento do mal no eu. Esse passo solicita uma boa dose de humildade. Assumir para si mesmo, seus defeitos, fragilidades, dificuldades, e em seguida os sentimentos, emoções, pensamentos e ações que atentam contra sua dignidade ou a de outra pessoa. Lembre-se que você não está sozinho e que pode pedir ajuda.



A: Só isso? Mas e depois?


M: Isso é muito. Acredite, esse primeiro passo é um GRANDE passo. Às vezes, o pouco caso que você está fazendo pode ser uma armadilha para não o fazer com honestidade. Há muito trabalho nesse reconhecimento. Há determinados defeitos que não achamos que são defeitos, há dificuldades que menosprezamos e até temos orgulho de algumas das nossas imperfeições. Então a clareza e a compaixão aqui são fundamentais, para que haja uma abertura para a verdade, seja ela qual for. Continue a fazer perguntas para o que você ainda não conhece.





M: O segundo passo, querido A, também é processual, você vai aprender a aceitar suas imperfeições com todo o mal que elas geram e a ser responsável por elas. A princípio isso pode parecer assustador, mas é através desta verdade, que você irá reconhecer sua força e a liberdade para escolher diferente e fazer diferente. E então, a cada processo, cada passo a seu tempo, você vai começar a perceber que vai soltando mais e mais o apego a seu antigo padrão limitado, e entrando na etapa da transformação pessoal. Cada vez mais, você vai liberar amor, perdão e confiança. Siga em paz, até o próximo encontro.


Texto refletido a partir de leitura
 do livro: "Não temas o mal"












quarta-feira, 11 de junho de 2014

O valor de cada um de nós

Bom dia, como está você hoje? Como está se sentindo? Em que está pensando? O que o trouxe aqui? O que está motivando sua caminhada? Qual o norte das suas escolhas?
Pode ser que às vezes você se pergunte qual o valor da sua história, dos seus passos, do seu respirar. Valores são atribuídos, com base em critérios relativos que mudam de acordo com as crenças, hábitos, concepções filosóficas, costumes, com o tempo e tudo que envolve o processo da evolução que vivemos. O Pathwork afirma que somos regidos basicamente por dois sistemas de valores: o sistema de valores de existência e o sistema de valores de aparência.


                          


"Os valores de aparência sempre visam a impressão causada nos outros... O foco interior é sutilmente atrelado, em muitas atividades, desejos e direções, a expectativas secretas, escondidas e semiconscientes e a preocupações sobre "o que vão pensar de mim"... O sistema de valores de aparência é traiçoeiro e venenoso. É muito mais perigoso do que se pode imaginar, pois realmente separa a pessoa da sua realidade interior, do seu eu superior, da verdade da situação e da sinceridade do seu envolvimento e investimento... Os valores de aparência, por mais fortes e aparentemente amorosos que sejam o esforço e a meta, conotam insinceridade." (Pw232)


                          


"Quando vocês atuam com os valores de Exitência, isso significa que vocês fazem o que fazem pela coisa em si, pelo bem da verdade da área particular em questão, pelo bem da existência. Isso pode simplesmente significar fazer o melhor que vocês podem, sem se importar com as opiniões dos outros, mas de maneira que a atividade cumpra seu valor intrínseco... Não faz diferença se se trata de uma importante contribuição humanitária, uma obra de arte, um projeto científico, ou a menor, a mais insignificante tarefa diária. No final das contas, o importante é fazer cada tarefa diária, no espírito da existência, não da aparência." (Pw 232)


                           


Não sei quem é você que lê essa mensagem, mas quero te lembrar e me lembrar do quanto cada um de nós é importante para o todo. Gosto de considerar e refletir os passos que já demos enquanto humanidade. Estamos muito mais receptivos a encarar e acolher nossa sombra, como processo de crescimento e transformação. Quero lembrar do seu valor, não do valor de aparência, das expectativas em torno de você. E sim do seu valor de existir. Você é importante para todos nós, você é único, em sua expressão. Quando respiro nessa verdade, a vida se enche de significado e completude. Cada um tem sua tarefa e lhe cabe escolher doá-la ou não, vivenciá-la ou não. Escute-se, respeite-se, experimente-se, ame-se e entregue-se ao melhor que Deus tem para você.


segunda-feira, 19 de maio de 2014

Reivindicando minha parte do tesouro - 4 e muito mais

Dia após dia, passei a observar a vida fora e dentro de mim. Fazia anotações no meu caderno e o mapa do tesouro ia tomando forma e significado. Eu já não me sentia pobre e isso era meio estranho, porque eu ainda não havia encontrado o tesouro. Eu continuava minha caminhada, experimentando os ensinamentos daqueles escritos, tentando compreender a dinâmica que rege o universo em toda a sua complexidade, respeitando e agradecendo. A facilidade com que me encontrei na jornada me fez acreditar que tudo aquilo que o Eu estava vivenciando poderia ser uma fantasia, criada para levá-lo a fugir "da dureza" da realidade.



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Meu mapa está sendo construído, passo a passo. Não sei onde vai dar, porque não sei o que é o fim. Meu ponto de partida é diário e se inicia a cada despertar, depois de mais uma noite de sono. O ponto de chegada é o próximo passo. O tesouro que eu pensava que existia, não sei se existe como o concebi, mas me sinto mais e mais rica, enquanto desenho meu mapa de acordo com os passos que escolho dar, me entregando à minha jornada de corpo e alma. Minha casa já não é tão pequena, não mudei de casa, mas parece que ocupo espaços antes ignorados. Minha cidade tem a importância que lhe cabe dentro do meu país, que reside neste lindo planeta que pertence a esse universo de proporção infinita. E, então, quando me pergunto e aquele algo a mais pelo que tanto anseio, onde está?



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Uma vez percebi uma nítida sensação de não querer chegar onde eu queria chegar para não viver o fim da minha jornada. Sabe aquilo que a gente conhece como auto sabotagem? Ficou clara para mim a ideia de "remar contra a maré", pois se chegasse ao fim, tudo acabaria, inclusive o sentido de tudo o que foi ou de tudo o que é. Quanto engano! O fim de um ciclo marca o inicio de um outro ciclo. O que seria esse anseio por mais? A Luz de um Farol me sinaliza que a cada dia há um novo passo a ser dado. Sim, quero mais! Quero muito mais! 










sexta-feira, 16 de maio de 2014

Reivindicando minha parte do tesouro - 3

Chuva, muita chuva. Cheguei ensopada no trabalho! Eu gosto muito do ambiente em que trabalho. Fui ao toalete, enxugar-me um pouco. Eu iria encarar o segundo passo da minha jornada. Precisava estar preparada para isso e uma pessoa descabelada, molhada de chuva, com aparência de um pintinho saído do ovo não inspirava a ideia de alguém preparado. O Eu estava me parecendo muito complexo, eu estava insegura a respeito do meu próximo passo. Acho que minha aparência revelava toda a minha vulnerabilidade e talvez por isso eu quisesse me desfazer urgentemente dela. É, também estava frio, é claro. E sim, também seria um renascimento para mim.





É isso! Eu um observador do Eu. Esse era o segundo passo! Lembrei de um trecho da música de Milton Nascimento, um cantor maravilhoso do meu país: "Por tanto amor. Por tanta emoção. A vida me fez assim. Doce ou atroz. Manso ou feroz. Eu caçador de mim." A ideia de caçador não me agrada, parece que preciso ser um algoz dos meus instintos. Gosto da ideia de que o domínio dos nossos instintos pode acontecer de outras formas. Nos escritos da irmã do meu amigo, há um Guia e ele se refere à importância de um observador no caminho interior. Ser um observador do Eu me pareceu uma chave significativa. Quem observa está atento a encontrar detalhes antes despercebidos, a conhecer, a focar seus sentidos no objeto da observação. Essa me pareceu uma boa ideia. Será que o Guia dos escritos poderia me guiar na busca ao tesouro?



Voltei às minhas atividades, estava atenta. O Eu é capaz de sentir muitas coisas ao mesmo tempo. Um colega deu risada do meu estado, um outro ignorou minha chegada ao setor, uma outra começou a emitir exclamações de pesar, com um certo tom maternal. Fui exercitando a observação das reações do Eu aos estímulos recebidos. Aquele dia seria longo.






quinta-feira, 15 de maio de 2014

Reivindicando minha parte do tesouro - 2

Agora estava iniciada, tudo bem, mas e daí? De onde viriam minhas orientações? Quem seria meu mestre? As pessoas que iniciam uma jornada precisam de um guia... quem seria o meu? Onde encontrá-lo? Como procurá-lo? Eram muitas perguntas, não havia espaço para respostas, tamanho era o volume de perguntas. Tamanho ou volume? Ah! Cansei! Havia uma praça na minha cidade, toda cidadezinha em meu país tem uma praça. E resolvi fazer o que costumava me acalmar, fui caminhar na praça. 



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Sabe aquele momento em que você quer ficar sozinha, mas não dá, foi o que aconteceu. Seu João passou e falou "- Oi fia, como está seu pai?"; depois foi a vez de Marquinhos, filho de Marileide, com um álbum da copa em uma mão e a outra cheia de figurinhas, doidinho para mostrar a alguém como ele era esperto e quantas figurinhas "da hora" ele ganhou. Alguns metros adiante Dani me gritou e disse: "- Ei amiga, vai ficar aí na praça, vou terminar minha tarefa e já volto para falar contigo." E tudo aquilo começou a me irritar sobremaneira. Será que as pessoas não percebiam que eu queria ficar só?! 



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Eu estava num lugar público, onde tudo acontecia e todos se encontravam, um lugar em que a vida social da minha cidade era ativa, por que mesmo escolhi esse lugar para ficar só?! E mais, eu ainda queria que os outros percebessem a minha necessidade de solidão?! Eu não tinha noção de que estava tão "sem noção"! Cadê meu guia? Será que vou mesmo encontrar o tesouro? Resolvi dar uma corridinha na praça, conversar um pouco com Seu João e olhar o álbum do Marquinhos, até a chegada da Dani.



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Ainda não havia encontrado respostas, fiquei com as perguntas. Ainda não tinha um guia, mas estava confiante de que o encontraria. Fui para casa e resolvi desenhar meu mapa. Não que eu soubesse as coordenadas, o que iria encontrar ou que caminhos iria percorrer. Peguei papel, lápis e recortes de revista. Um mapa sendo construído ao passo da jornada. O ponto de partida o Eu. O segundo passo, o passo ainda não dado. A vida seguia seu curso, eu continuava com minha rotina, cuidando da casa, da família, trabalhando, exercitando atividades físicas, curtindo momentos de lazer com a família e os amigos, estudando. Viver tudo isso era muito bom, mas ainda assim eu era pobre, o que era esse mais que me faltava, o que era esse tesouro que ocupava meus pensamentos e me motivava a prosseguir na jornada?

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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Reivindicando minha parte do tesouro - 1

Morava numa casinha, numa rua estreita de um bairro pequeno, numa cidadezinha de um país chamado Brasil. Um dia decidi que não queria me contentar com pouco. Comecei a procurar um tesouro que ouvi dizer existir para todos. Eram muitas histórias. Algumas diziam que o tesouro era uma lenda criada para que a gente continuasse feliz naquela vidinha, acreditando na utopia de uma busca sem fim. Outros diziam que o tesouro estava disponível apenas para os fortes. Outros não acreditavam nem em tesouro, nem em lendas. Outros achavam que a existência do tesouro era real em outros lugares, não ali. E eu, não sabia em qual das histórias acreditar. Só sabia que do jeito que estava, não era bom para mim. E se existia um tesouro eu estava decidida a encontrá-lo e tomar posse da parte que me cabia. Mas então, por onde começar?




Parece estranho, mas o fato de ter tomado essa decisão, parecia já conter ali também algum direcionamento, pois novas circunstâncias acontecerem para me mostrar possíveis caminhos. Numa manhã de primavera, enquanto caminhava no jardim de um querido amigo, sua irmã, começou a falar do quanto estava intrigada com uma nova leitura a respeito de uma jornada interior. Eu não sei explicar o que aconteceu, mas eu tive certeza que ali estava o início da minha busca.





O ponto de partida. O Eu. Percebi que a vida que eu conhecia naquela cidadezinha havia determinado quem eu era, ou melhor quem eu pensava que era. Percebi que muito do que eu queria ser estava de acordo com o que meus conterrâneos, amigos, familiares e outros entes, queriam que eu fosse. Como eu poderia pertencer àquele lugar se eu não falasse a mesma língua, não compartilhasse os mesmos interesses, crenças e pensamentos?! Uma prisão! Estava prisioneira em minha própria casa. Estava fraca e muito pobre. E a história do tesouro? Comecei a entender os que desacreditavam do tesouro. Não só os entendi, me identifiquei com eles. Esmoreci.





Entrei em casa e me recolhi ao meu quarto, deixando apenas uma fresta da janela aberta. Uma lufada de ar entrou pela fresta. Respirei o ar fresco. Como era bom respirar aquele frescor. O toque em minha pele, o cheiro que ele trazia, como estava bom respirar. Meu corpo foi saindo daquele torpor. A consciência expandindo a circulação do ar dentro das minhas células. Lembrei que eu não era a pobreza, nem o desânimo. Eu era mais que isso. Eu estava pobre e desanimada, mas eu era quem queria mais da vida. E junto com o ar que saia, eu também deixava ir o que não me alimentava, o que não me servia, o que era excesso dentro de mim. Que alívio! Sem que eu me desse conta, a jornada havia começado. Qual seria o meu próximo passo?


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quarta-feira, 30 de abril de 2014

"Não estou aqui para agradar ao mundo"

Por que às vezes parece tão difícil apenas ser você mesmo? 
O Pathwork sugere uma reflexão a respeito de uma imagem coletiva universal que é um "produto de uma mistura específica da imperfeição humana e do desejo de atingir a perfeição, muitas vezes de uma maneira deformada, equivocada." A imagem coletiva da auto-importância traduz-se: "Se eu receber atenção, aprovação ou admiração, todo o meu valor fica estabelecido, não apenas aos olhos dos outros, mas a meus próprios olhos. Se não conseguir obter isso, nesse caso eu sou inferior."


Então numa reação a esse impulso subconsciente, podemos nos rebelar e afirmar: "Não sinto isso, pelo contrário, não estou nem aí para o que pensam a meu respeito". E como em outras ocasiões entre a vontade consciente e as emoções subconscientes ou inconscientes, travamos uma batalha. Por trás da nossa rebeldia, há um aprisionamento à mesma ideia equivocada de que nosso valor pessoal está atrelado a um referencial externo. Se prestarmos atenção, podemos observar que o orgulho está presente no equívoco dessa imagem, bem como na rebeldia a ela. É um desejo de ter destaque, de ser especial.



"A rebeldia é uma tentativa de se livrar da escravidão, mas é a maneira incorreta de fazê-lo. Vocês acreditam que se rebelam contra um mundo que procura obrigá-los a ter um determinado comportamento. Mas isso também é um erro. Na verdade vocês se rebelam contra sua dependência da opinião do mundo. Portanto, o remédio é descobrir por que vocês estão presos, que equívoco leva vocês a essa escravidão...
Quando existe a dependência, muitas vezes vocês passam a não ser autênticos, e isso, mais do que qualquer coisa, provoca sentimentos de inferioridade". Ai está o círculo vicioso que dificulta a expressão do nosso ser verdadeiro.



Encarar a si mesmo parece ser mais assustador do que é, porque resistimos a encarar nossas imperfeições. No entanto, o Pathwork afirma: "Ao encarar o lado negativo, vocês manifestam a mais corajosa de todas as emoções: a honestidade consigo mesmo.


Trechos da Pw 057
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quarta-feira, 19 de março de 2014

Aqui e agora: A Vida que flui

"Todo e cada momento oferece uma nova dimensão, uma plenitude, e contém o dinamismo da vida em seu esplendor, com todas as muitas possibilidades. O Reino dos Céus está dentro de nós”. Isso significa que o “céu” não se encontra em um lugar longínquo, em um futuro distante, quando o Eu não estiver mais encarnado e em seu estado de consciência atual. Ele pode ser encontrado bem aqui e agora mesmo. Na verdade, tão aqui e tão agora, que com frequência está próximo demais para ser reconhecido. Para viver no Agora, é preciso superar a dificuldade aparente que é voltar para casa, para o Eu real – retornar da destruição e alienação do eu real. Viver no Agora imediato é o mesmo que estar no eu real, vivenciar com ele e a partir dele se expressar." (cap. 24 Caminho para o Eu Real)


Imagem: Universo Natural

A alienação é o caminho mais fácil, o automático, o padrão a que estamos habituados. O caminho da consciência, é o caminho aparentemente mais difícil. No entanto, a dificuldade é mesmo aparente, porque apenas existe na ruptura com o ponto da inercia. Em nosso dia a dia, essa ruptura significa o estar presente em suas escolhas, conscientes de si e da realidade à sua volta, a cada instante, vivenciando nossas emoções, percebendo nossos pensamentos, refletindo nossas condutas.


Imagem: Wehavekaosinthegarden


E o que faz com que a gente não viva o agora? O agora é movimento, é o que está fluindo, é energia vital. Ficamos muitas vezes divididos entre querer que o tempo passe logo, quando o agora é desagradável ou que o tempo pare, quando o agora é bom, de acordo com nossos interesses. Nos dois casos há uma tensão, que é o que convida o nosso comportamento automático de defesa para com a vida e sua fluidez. O Pathwork nos ensina que "o indivíduo frequentemente precisa aprender primeiro a aceitar o indesejável e abdicar do desejável, até que possa compreender o fato de que o indesejável não precisa nem mesmo existir. Ter em mente a verdade de caráter supérfluo das experiências indesejáveis ajuda a removê-las ainda mais. Examinar os efeitos do erro é, com frequência, a única maneira de eliminá-lo e estar de posse da verdade." (cap. 24 - Caminho para o Eu Real)


Imagem: Universo Natural

"Isso acontece porque a verdade é idêntica ao eu real, e porque o eu real só pode ser vivenciado no Agora. Paradoxalmente, o indivíduo precisa transcender o presente imperfeito para poder estar na verdade e no Eu. Esse estado – o presente imperfeito – pode ser transcendido somente se seus níveis mais externos e óbvios forem encarados com honestidade, como acontece agora. Então, e somente então, o tesouro indescritível pode ser encontrado interiormente. “O Reino dos Céus está dentro de nós”.  (Cap. 24 - Caminho para o Eu Real)