sexta-feira, 16 de maio de 2014

Reivindicando minha parte do tesouro - 3

Chuva, muita chuva. Cheguei ensopada no trabalho! Eu gosto muito do ambiente em que trabalho. Fui ao toalete, enxugar-me um pouco. Eu iria encarar o segundo passo da minha jornada. Precisava estar preparada para isso e uma pessoa descabelada, molhada de chuva, com aparência de um pintinho saído do ovo não inspirava a ideia de alguém preparado. O Eu estava me parecendo muito complexo, eu estava insegura a respeito do meu próximo passo. Acho que minha aparência revelava toda a minha vulnerabilidade e talvez por isso eu quisesse me desfazer urgentemente dela. É, também estava frio, é claro. E sim, também seria um renascimento para mim.





É isso! Eu um observador do Eu. Esse era o segundo passo! Lembrei de um trecho da música de Milton Nascimento, um cantor maravilhoso do meu país: "Por tanto amor. Por tanta emoção. A vida me fez assim. Doce ou atroz. Manso ou feroz. Eu caçador de mim." A ideia de caçador não me agrada, parece que preciso ser um algoz dos meus instintos. Gosto da ideia de que o domínio dos nossos instintos pode acontecer de outras formas. Nos escritos da irmã do meu amigo, há um Guia e ele se refere à importância de um observador no caminho interior. Ser um observador do Eu me pareceu uma chave significativa. Quem observa está atento a encontrar detalhes antes despercebidos, a conhecer, a focar seus sentidos no objeto da observação. Essa me pareceu uma boa ideia. Será que o Guia dos escritos poderia me guiar na busca ao tesouro?



Voltei às minhas atividades, estava atenta. O Eu é capaz de sentir muitas coisas ao mesmo tempo. Um colega deu risada do meu estado, um outro ignorou minha chegada ao setor, uma outra começou a emitir exclamações de pesar, com um certo tom maternal. Fui exercitando a observação das reações do Eu aos estímulos recebidos. Aquele dia seria longo.






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