quinta-feira, 15 de maio de 2014

Reivindicando minha parte do tesouro - 2

Agora estava iniciada, tudo bem, mas e daí? De onde viriam minhas orientações? Quem seria meu mestre? As pessoas que iniciam uma jornada precisam de um guia... quem seria o meu? Onde encontrá-lo? Como procurá-lo? Eram muitas perguntas, não havia espaço para respostas, tamanho era o volume de perguntas. Tamanho ou volume? Ah! Cansei! Havia uma praça na minha cidade, toda cidadezinha em meu país tem uma praça. E resolvi fazer o que costumava me acalmar, fui caminhar na praça. 



Imagens selecionadas no google 

Sabe aquele momento em que você quer ficar sozinha, mas não dá, foi o que aconteceu. Seu João passou e falou "- Oi fia, como está seu pai?"; depois foi a vez de Marquinhos, filho de Marileide, com um álbum da copa em uma mão e a outra cheia de figurinhas, doidinho para mostrar a alguém como ele era esperto e quantas figurinhas "da hora" ele ganhou. Alguns metros adiante Dani me gritou e disse: "- Ei amiga, vai ficar aí na praça, vou terminar minha tarefa e já volto para falar contigo." E tudo aquilo começou a me irritar sobremaneira. Será que as pessoas não percebiam que eu queria ficar só?! 



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Eu estava num lugar público, onde tudo acontecia e todos se encontravam, um lugar em que a vida social da minha cidade era ativa, por que mesmo escolhi esse lugar para ficar só?! E mais, eu ainda queria que os outros percebessem a minha necessidade de solidão?! Eu não tinha noção de que estava tão "sem noção"! Cadê meu guia? Será que vou mesmo encontrar o tesouro? Resolvi dar uma corridinha na praça, conversar um pouco com Seu João e olhar o álbum do Marquinhos, até a chegada da Dani.



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Ainda não havia encontrado respostas, fiquei com as perguntas. Ainda não tinha um guia, mas estava confiante de que o encontraria. Fui para casa e resolvi desenhar meu mapa. Não que eu soubesse as coordenadas, o que iria encontrar ou que caminhos iria percorrer. Peguei papel, lápis e recortes de revista. Um mapa sendo construído ao passo da jornada. O ponto de partida o Eu. O segundo passo, o passo ainda não dado. A vida seguia seu curso, eu continuava com minha rotina, cuidando da casa, da família, trabalhando, exercitando atividades físicas, curtindo momentos de lazer com a família e os amigos, estudando. Viver tudo isso era muito bom, mas ainda assim eu era pobre, o que era esse mais que me faltava, o que era esse tesouro que ocupava meus pensamentos e me motivava a prosseguir na jornada?

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